AUTOBIOGRAFIA DA PINTORA





AUTOBIOGRAFIA
De:
 Ivone Medeiros do Amaral, pintora, brasileira, natural de Belém do Pará, nascida a 09/08/1945, filha de Raimundo Ferreira do Amaral e de Marina Medeiros do Amaral.
Histórico autobiográfico  
Desde criança eu possuía  inclinação para as artes. Creio que seria uma das facetas do DNA paterno e materno por que em ambas as famílias Amaral e Medeiros havia poetas, escritores e pintores. No ginásio tive o professor de desenho, o engenheiro Sr Filadelfo Cunha que era muito exigente e que de vez em quando chamava um aluno para riscar uma reta impecável de ponta a ponta no quadro negro, o que era motivo de honra para quem o fizesse. Então eu comecei a treinar muito a execução desta reta e  os vários traçados de figuras geométricas como  também os traços da natureza, das pessoas e até das nuvens. Comecei a reproduzir estes desenhos com lápis em papel e de repente me achei desenhando expressões humanas e as lições de geografia, ciências, anatomia e as lâminas do microscópio do setor de micologia quando estagiei com a Prof. Dra. Maria José Jhonston  na antiga Universidade Federal em Belém do Pará, de 1966 a 1968. Cheguei a reproduzir  chapas de Raios X e isto se tornou quase uma mania. Em outubro de 1968 fui estudar para Portugal e quando voltei nas primeiras férias, soube que meus trabalhos haviam sido levados ao lixo, numa daquelas limpezas gerais da casa de minha mãe, que achava serem eles apenas alguns cadernos velhos que não serviam mais. Na época, não me importei, pois as minhas metas de vida profissional eram outras.
Meu primeiro trabalho que senti como oficial, foi aos 14 anos de idade, a pintura a tinta a óleo de lata sobre uma placa de alumínio de mais ou menos 2,60m x 1,70m reproduzindo uma vaca leiteira em tamanho natural, no pasto. Era o painel de identificação da Fazenda Primavera no interior do Pará, que pertencia a um tio.
Em Lisboa, precisei trabalhar e assim me empreguei na Cerâmica Bienal onde eu recepcionava os clientes, vendia e desenhava para os painés de azulejos que eram moda e que a fábrica reproduzia sob encomenda com a minha assinatura  Nicha, meu apelido de criança.
De volta ao Brasil, trabalhei na Amazônia como médica e diretora municipal de saúde.  Vim para Curitiba em 1985 com minha filha Marina para cursar parapsicologia e aqui a minha veia artística foi novamente despertada pela beleza e glamour da cidade. Então, comecei a criar moda num atelier de minha assinatura Nicha’s Passarelle, situado na Rua Vicente Machado e assim realizei o primeiro desfile de moda da cidade, realizado em teatro ; no Teatro Guaíra, ano 1986.  O atelier fechou, por que na minha inquietude de artista e de avidez pelos apelos humanos, acabei por me dedicar durante 11 anos à parapsicologia e psicobiofísica, que hoje surgiu como Bioética. Estudei homeopatia no IBEHE em São Paulo e depois Ciências Religiosas na PUC Curitiba. Frequentei oficina de ilustração botânica e de cerâmica na Fundação Curro Velho em Belém do Pará. Atualmente sou Missionária Leiga Franciscana da Igreja Católica em Pontal do Paraná e região litorânea.
Vim morar no litoral paranaense depois que minha filha casou e fiquei só. Aqui, a solidão me remeteu de volta ao desenho e à pintura.  Fiz pintura de tecidos, estampagem e alguns ensaios em tela em 1999. Mas tenho produzido pouco, em média 1 ou 2 quadros por ano. Em 2012 realizei uma exposição na Casa da Cultura em Pontal do Paraná, onde eu também dava aulas a crianças, como voluntária. Fora doações e presentes a  família e amigos, possuo obras em Lisboa Portugal, Paris, Sidney na Austrália, Catedral de Paranaguá, Casa da Cultura de Pontal do Paraná, Santa Rita do Rio Pardo MS, Macapá AP, Belém PA, Marabá PA,Curitiba PR, Sta Catarina e Rio Grande do Sul.
TÉCNICA:
Geralmente uso tinta a óleo por que desliza melhor, já que pinto com os dedos. E prefiro usar o dedo mínimo sobre pequenas áreas, em vez de pincel. Gosto de reproduzir expressões humanas que observo no dia a dia das pessoas e que costumo dizer que são expressões da alma. Também não me preocupo muito com o estilo da pintura. Eu achei um estilo próprio e o que mais me interessa e que está na minha sensibilidade é sentir e expor a alma, a vida, quando estou reproduzindo na tela, seja um ser humano ou qualquer elemento da natureza. No fundo dos quadros  a pintura se desenvolve como num sonho que, quando eu desperto, observo que aquela realidade é a mostra exterior do sentimento interno do elemento principal ou da figura principal ali representada. Pois é, eu realizo poucas obras por que cada uma delas representa um êxtase meu, uma realização do meu ser. É a exteriorização da minha memória fotográfica quando eu passo a sentir na alma a necessidade de a  expor  na tela.
 Ivone Medeiros do Amaral       
 em 15 de agosto de 2016, Pontal do Paraná, PR 


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